Café: 20 perguntas que sempre teve dúvida, mas tinha vergonha de perguntar

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) divulgou que cada brasileiro consome, em média, 5 kg de café por ano, o equivalente a nada menos do que 81 litros de café. Mas mesmo com toda esta experiência prática da bebida ainda temos dúvidas sobre seu consumo ou desejamos saber mais curiosidades do nosso cafezinho. Nossa equipe reuniu as respostas sobre perguntas que ouvimos em nosso salão sobre o café, de clientes com muitas curiosidades e dicas de saúde Vamos a elas?

Café e a sua saúde

Café dá sono em algumas pessoas?

Não. Uma pesquisa feita pela Universidade Wayne State de Michigan, nos Estados Unidos, defende que o consumo moderado da bebida pode reduzir o sono. Outro estudo, publicado na revista Science Translation Medicine, diz que a cafeína é um estimulante, que pode atrasar a produção de melatonina, o hormônio do sono. Há médicos que mostram que sensibilidade à cafeína muda de acordo com fatores genéticos.

Café vicia?

Não, uma vez que não possui somente cafeína em sua composição. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “não há nenhuma prova de que o uso de cafeína tenha consequências físicas e sociais comparáveis, ainda que remotamente, às consequências de drogas”.

Café faz bem?

O café pode ser um aliado na luta contra doenças como câncer, alzheimer, depressão, estresse e diabetes. Também ajuda na digestão e rejuvenesce as células

Café faz mal?

A bebida só é contraindicada para quem apresenta insônia, osteoporose avançada, irritações no estômago ou hipersensibilidade à cafeína.

Qual a quantidade ideal de café por dia?

Segundo pesquisas, o consumo seguro diário para adultos sem nenhuma sensibilidade à cafeína é no máximo de 400 mg da substância por dia ou 4 xícaras de café fresco (225 ml). Mas pode-se tolerar até 6 dependendo da pessoa.

Café emagrece?

Sim, facilita a queima de calorias. Estima-se que a ingestão média de 6 xícaras diárias causa um aumento no consumo de energia de aproximadamente 100 calorias.

O café dá dor de cabeça?

Não. A cafeína é encontrada como adjuvante de vários medicamentos, frequentemente utilizados para o alívio de dor de cabeça. A cafeína tem propriedades vasoconstritoras e dá efeito analgésico.

Café dá dor de barriga?

Não há pesquisa científica que comprove que o café ocasione problemas digestivos. Porém, procure adotar bons hábitos, como tomar o café feito na hora, uma bebida com grãos arábica ou robusta de qualidade.

Café é bom para pele?

O café é um esfoliante natural eficaz. Os grãos moídos estimulam a remoção celular e têm efeito anti-inflamatório. Também elimina os maus odores e ao mesmo tempo promove uma limpeza profunda.

Café é diurético?

Sim, ele combate a retenção de líquidos. Os mesmos resultados podem ser obtidos com outras bebidas, como algumas variedades de chás.

As curiosidades

Café é fruta?

Café é a fruta do cafeeiro. A semente é uma pequena esfera verde. Quando fica madura tem um vermelho intenso.

Quando o café chegou ao Brasil?

A planta veio para o Brasil em 1727, quando o governador do Pará enviou o sargento-mor do exército, o senhor Francisco de Melo Palheta, para a Guiana Francesa. Ele foi com a intenção de trazer sementes e mudas da sob o pretexto de mediar uma disputa de fronteiras.

E essa história de café com leite, quando surgiu?

O café com leite surgiu na Europa. Quando entrou nesse continente foi por regiões leiteiras (Países Baixos). Eles tiveram a ideia de misturar o café com o leite para dar a energia do café e o alimento do leite.

Essa ideia não deu muito certo dentro da Europa, já que o leite não era produzido em todas as regiões. A reinvenção surgiu na Itália, com o surgimento do cappuccino. Com o neocolonialismo, o café com leite se espalhou para a Ásia, Américas e Oceania.

Quem descobriu o café?

A teoria mais aceita é que o café foi descoberto por um pastor de cabras etíope que notou que seu rebanho ficava muito alegre depois de comer as frutinhas avermelhadas de uma determinada árvore. Ele resolveu experimentá-las também, e descobriu o poder estimulante do café.

E qual café foi gravado o filme “O Fabuloso Destino de Amelie Poulain”?

O café ‘2 Moulins‘, em Paris. O estabelecimento no bairro de Montmartre vive cheio de turistas, a maioria fã do longa, lançado em 2001. A personagem principal do filme do diretor Jean-Pierre Jeunet, vivida pela atriz Audrey Tautou, trabalhava no “2 Moulins”, e foi lá que várias cenas foram gravadas.

Em qual café foi escrito Harry Potter?

O Elephant House Cafe, em Edimburgo, é amplamente considerado como o local onde a autora de 54 anos escreveu o primeiro dos sete romances de fantasia.

Café feito com sangue de Boi é notícia fake?

Sim. O assunto ganhou grande repercussão nas redes sociais no começo do ano de 2020. Mas No dia 4 de fevereiro de 2020, a Associação Brasileira da Indústria do Café veio a público informar por meio de uma nota que as acusações de que o café em pó brasileiro feito com a adição de sangue de boi são infundadas.

Os grãos e modos de servir

Quais os melhores grãos para um bom café?

Prefira o arábica. Mas há boas marcas de robusta também. Consulte a Associação Brasileira de Cafés Especiais para saber mais.

Existe café gelado?

Sim! Ele pode ser feito com o café extraído a quente (como o café gelado vietnamita e thai) e com o café instantâneo (café gelado indiano). Mas o chamado cold brew é feito com água fria, em um processo de extração mais lento, gota a gota.

O que é café solúvel?

É o tipo de café desidratado e que não precisa ser coado. É produzido em 4 etapas: torragem, moagem, extração e secagem. O grão cru é colocado em cilindros especiais para torrarem até estourarem como pipoca; depois são moídos em cortes milimétricos, passam por extração, na qual o pó é hidratado, passando por um processo de imersão em água. Na secagem, a etapa mais importante e que difere o café solúvel do café normal, os grãos são desidratados e saem prontos para embalar.

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Rua da Consolação: história e curiosidades

A rua da Consolação é uma das mais antigas vias de São Paulo. Sua história começou ainda no século 16, quando era apenas uma estrada de terra que unia o que hoje é o bairro de Pinheiros ao centro da cidade. Hoje reúne, escritórios, lugares imperdíveis para se divertir , alguns dos coworkings paulistanos e espaços de eventos.

Aqui, vamos contar cinco curiosidades sobre ela, a casa do nosso Trampolim Startup Café.

Antes de tudo: caminho de Pinheiros

Em meados do século 16, a Consolação era conhecida por Caminho de Pinheiros. O atual bairro de Pinheiros (já com esta denominação) reunia algumas chácaras produtoras de hortaliças. A estrada de terra começava onde hoje está a rua Direita, no Centro, cortava o Anhangabaú e subia no sentido de Pinheiros. Dali prosseguia na chamada Estrada de Sorocaba, um caminho de tropeiros que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul.

A origem: a Capela de Nossa Senhora da Consolação

A Consolação virou Consolação com a construção da Capela de Nossa Senhora da Consolação, em 1799. Consta que a imagem da santa, colocada no altar simples, foi encontrada perdida na estrada. Acredita-se que algum padre agostiniano (a ordem clerical difunde a devoção à santa), após rezar uma missa no caminho, a tenha deixado no lugar. O fato é que capelinha virou referência e a estrada passou a ser assim chamada.

A igreja da Consolação

A antiga capela foi demolida no início do século XX para dar lugar à atual Igreja da Consolação. O bairro já era outro, influenciado pelos barões do café, que dominavam uma cidade próspera. A pedra inicial foi lançada em 1909, com projeto do arquiteto Maximilian Emil Hehl, alemão radicado no Brasil que também é autor da Catedral da Sé. Ficou pronta em 1959. Tem estilo neorromânico, em voga na época, e em seu interior obras de Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto.

Velódromo, estádio e rua Nestor Pestana

Na Consolação funcionou um velódromo, que reunia a elite paulistana. Na época, o ciclismo era um esporte da moda na Europa. Foi Antonio Prado Jr., neto de d. Veridiana Prado, quem teve a ideia de trazê-lo para São Paulo. O terreno ficava entre o que é hoje as ruas Martinho Prado e Olinda. Ali, foi construída uma raia de 380 m de comprimento, com arquibancadas cobertas. Foi inaugurado em 1896, mas funcionou por poucos anos. Logo tornou-se estádio de futebol, recebendo as partidas do recém-criado Campeonato Paulista. Foi estádio até 1915, quando desapropriaram a área para a abertura da rua Nestor Pestana.

Dona Veridiana

A história da rua da Consolação está intrinsecamente ligada à vida de uma mulher: Veridiana da Silva Prado. Dona Veridiana, como sempre foi conhecida, era uma aristocrata, filha de um barão de café que também plantava cana-de-açúcar. Casou-se aos 13 anos com um tio, meio-irmão de seu pai, obrigada por um arranjo familiar para manter os bens da família, prática comum entre a burguesia paulistana do século 19. Teve seis filhos e os criou na chácara que mantinha com o marido e que tomava boa parte do que hoje é a rua da Consolação. Culta e inteligente, chocou a sociedade ao se divorciar aos 53 anos e tomar a frente dos negócios da família, multiplicando a fortuna e tornando-se um dos nomes mais influentes da sociedade paulistana do início do século 20. Está enterrada no cemitério da Consolação.