Picadinho paulista! Quem resiste? O mais democrático dos PFs – não tem boteco paulistano que não o sirva – tem DNA carioca e uma história deliciosa como ele

Picadinho paulista. Muitos anos antes de a expressão ‘raio gourmetizador’ viralizar, um prato simples, presente nos bares do boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, ganhou sua versão gourmet e passou a frequentar o salão mais grã-fino do beira-mar carioca, o então hotel Copacabana Palace, em meados do século passado.

A história do picadinho passa por dois personagens que gravaram seus nomes para sempre na hotelaria nacional e, claro, naqueles anos dourados da cidade que era também capital federal: o barão Max von Stuckart e o chef de cozinha Paul Ruffin.

Contratado para trabalhar como diretor artístico do Golden Room (o salão de espetáculos do Copa), Stuckart ajudou a colocar o hotel no centro do mundo, atraindo astros e estrelas internacionais para seus palcos. Foi dele a ideia de repaginar o picadinho da Lapa – um prato já adotado pelos boêmios – para o cardápio da boate que funcionava no icônico hotel. A ideia era que os frequentadores, depois de uma noite longa e festiva, pudessem recobrar as energias com comida reconfortante e vigorosa. Coube a Ruffin o ‘raio gourmetizador’.

Origem do picadinho

Acredita-se que o picadinho chegou à Lapa pelas mãos de portugueses do arquipélago da Madeira, onde até hoje é um prato tradicional e bastante simples: carne bovina em cubos frita em azeite e manteiga, temperada com louro e alho. É servido acompanhado apenas de batatas fritas e costuma ser dividido por quem está à mesa, como um tira-gosto. Ruffin usou filé-mignon em cubos, temperados com sal, pimenta, louro, cebolinha, alecrim, manjericão, sálvia, segurelha e tomates e os fritou até formar um molho espesso. Para acompanhar, arroz, farofa, agrião e um ovo pochê. Batizaram o prato em homenagem à boate Meia-Noite, que funcionava no hotel. E então, o prato virou “coqueluche” (usando aqui uma gíria da época!) entre notívagos endinheirados. E se espalhou pelos bares e restaurantes do país, ganhando outros coadjuvantes, como banana frita, feijão (para fazer dobradinha com o arroz), ovo frito (e não pochê), couve fininha refogada, vinagrete, abóbora frita e uma infinidade de outros sabores, conforme o lugar e a inventividade do cozinheiro.

Picadinho em São Paulo

Em São Paulo, também aportou abraçado pelos boêmios, nos bares do centro da cidade. Com o passar dos anos, tornou-se um prato do dia a dia, incorporado aos almoços de quem busca um PF perfeito, e se espalhou por todos os cantos da cidade. Há quem defenda que o picadinho chegou às terras paulistas ainda no século 19, em uma versão na qual a carne cortada em cubinhos era cozida com batatas e servida ainda com caldo bastante aguado.

Picadinho do Café Trampolim na região da Paulista

Aqui no Trampolim, o picadinho faz muito sucesso! Vem acompanhado do trio farofa-arroz-feijão e o cliente pode incluir ainda batata frita ou salada do dia. Somos café, coworking e restaurante na Consolação, e estamos de portas abertas todos os dias esperando por você!

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