A rua da Consolação é uma das mais antigas vias de São Paulo. Sua história começou ainda no século 16, quando era apenas uma estrada de terra que unia o que hoje é o bairro de Pinheiros ao centro da cidade. Hoje reúne, escritórios, lugares imperdíveis para se divertir , alguns dos coworkings paulistanos e espaços de eventos.
Aqui, vamos contar cinco curiosidades sobre ela, a casa do nosso Trampolim Startup Café.
Antes de tudo: caminho de Pinheiros
Em meados do século 16, a Consolação era conhecida por Caminho de Pinheiros. O atual bairro de Pinheiros (já com esta denominação) reunia algumas chácaras produtoras de hortaliças. A estrada de terra começava onde hoje está a rua Direita, no Centro, cortava o Anhangabaú e subia no sentido de Pinheiros. Dali prosseguia na chamada Estrada de Sorocaba, um caminho de tropeiros que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul.
A origem: a Capela de Nossa Senhora da Consolação
A Consolação virou Consolação com a construção da Capela de Nossa Senhora da Consolação, em 1799. Consta que a imagem da santa, colocada no altar simples, foi encontrada perdida na estrada. Acredita-se que algum padre agostiniano (a ordem clerical difunde a devoção à santa), após rezar uma missa no caminho, a tenha deixado no lugar. O fato é que capelinha virou referência e a estrada passou a ser assim chamada.
A igreja da Consolação
A antiga capela foi demolida no início do século XX para dar lugar à atual Igreja da Consolação. O bairro já era outro, influenciado pelos barões do café, que dominavam uma cidade próspera. A pedra inicial foi lançada em 1909, com projeto do arquiteto Maximilian Emil Hehl, alemão radicado no Brasil que também é autor da Catedral da Sé. Ficou pronta em 1959. Tem estilo neorromânico, em voga na época, e em seu interior obras de Oscar Pereira da Silva e Benedito Calixto.
Velódromo, estádio e rua Nestor Pestana
Na Consolação funcionou um velódromo, que reunia a elite paulistana. Na época, o ciclismo era um esporte da moda na Europa. Foi Antonio Prado Jr., neto de d. Veridiana Prado, quem teve a ideia de trazê-lo para São Paulo. O terreno ficava entre o que é hoje as ruas Martinho Prado e Olinda. Ali, foi construída uma raia de 380 m de comprimento, com arquibancadas cobertas. Foi inaugurado em 1896, mas funcionou por poucos anos. Logo tornou-se estádio de futebol, recebendo as partidas do recém-criado Campeonato Paulista. Foi estádio até 1915, quando desapropriaram a área para a abertura da rua Nestor Pestana.
Dona Veridiana
A história da rua da Consolação está intrinsecamente ligada à vida de uma mulher: Veridiana da Silva Prado. Dona Veridiana, como sempre foi conhecida, era uma aristocrata, filha de um barão de café que também plantava cana-de-açúcar. Casou-se aos 13 anos com um tio, meio-irmão de seu pai, obrigada por um arranjo familiar para manter os bens da família, prática comum entre a burguesia paulistana do século 19. Teve seis filhos e os criou na chácara que mantinha com o marido e que tomava boa parte do que hoje é a rua da Consolação. Culta e inteligente, chocou a sociedade ao se divorciar aos 53 anos e tomar a frente dos negócios da família, multiplicando a fortuna e tornando-se um dos nomes mais influentes da sociedade paulistana do início do século 20. Está enterrada no cemitério da Consolação.